por Roger Lerina

Foto: Canal Brasil / Divulgação
O umbigo dessa geografia é a casa de Ramil em Pelotas: A Linha Fria... identifica o músico como polo disseminador dessa concepção estética que os irmãos uruguaios Daniel e Jorge Drexler chamam de templadismo – em referência ao clima temperado da região – e o argentino Kevin Johansen batizou de subtropicalismo. Se o autor de Ramilonga é visto como a principal voz dessa conversa – retomando em outros termos um diálogo com cantautores uruguaios e argentinos iniciado antes por músicos como Raul Ellwanger e Luiz Carlos Borges –, a milonga é a linguagem comum utilizada por esses interlocutores. Entremeando as entrevistas com exemplos musicais, o longa explora os termos do conceito sintetizado por Ramil na Milonga de Sete Cidades: rigor, profundidade, clareza em concisão, pureza, leveza e melancolia.
Entre os outros artistas ouvidos pelo doc, estão os brasileiros Marcelo Delacroix, Arthur de Faria, Zelito e Richard Serraria, os uruguaios Dany López, Ana Prada, Sebastián Jantos e o mestre Fernando Cabrera – o mais importante cantautor vivo do país vizinho – e os argentinos Carlos Moscardinie Pablo Grinjot. Radiografia preciosa de uma rica e singular expressão cultural,A Linha Fria... peca apenas pela longa duração: nos 110 minutos do filme, alguns depoimentos soam reiterativos.
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Confira a crítica do filme Sem Evidências
10 músicas que representam a estética do frio
Jorge Drexler - Un País con el Nombre de un Río
Ana Prada - Amargo de Caña
Kevin Johansen - Milonga Subtropical
Dany López - Libélula
Marcelo Delacroix - Inverno
Sebastián Jantos - Milonga Del Otoño
Pablo Grinjot - Milonga del Tren Fantasma
Fernando Cabrera - El Tiempo Está Después
A Linha Fria do Horizonte
De Luciano Coelho
Documentário, Brasil, 2014, 110min.
Em exibição neste domingo, às 13h30min, no Canal Brasil.
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