quinta-feira, 8 de maio de 2014

Cineastas hypes fazem 8 curtas sobre crack: que seja o primeiro passo para expulsar os marqueteiros da política

Bruno Paes Manso - SP no divã - O Estado de S. Paulo

Não creio que seria injusto afirmar que o marketing político foi uma das piores pragas surgidas durante a redemocratização. Acho que, no geral, o trabalho desses profissionais contribuiu para maquiar em excesso a imagem da política e dos políticos, que aparecem de forma pasteurizada, sempre com aquele jeitão de quem usa botox e pinta o cabelo de acaju. Tudo transpira falsidade*.

É por isso que, ações que ajudarem a enfraquecê-los, terão o meu apoio. Claro que se trata de um apoio insignificante, mas assumo como uma das minhas utopias. Nesse sentido, um pequeno passo já foi dado para mostrar que a comunicação na política não serve apenas para vender sabonetes. Na terça-feira, oito cineastas de Pernambuco (uma das antenas da cultura alternativa no Brasil) apresentaram curtas de 30 segundos sobre o crack. O projeto contou com a participação do cineasta Kleber Mendonça Filho, diretor de O Som ao Redor, candidato brasileiro ao Oscar de 2014. A iniciativa do programa foi da Prefeitura do Recife, articulado por um colega, o jornalista Eduardo Machado, que saiu da redação do Jornal do Commercio para se tornar secretário-executivo de Segurança Urbana na cidade.

Gosto mais de uns do que de outros. Natural. Mas bato palmas para o conjunto, feito por autores comprometidos com a verdade de sua obra. Pode parecer detalhe, mas trata-se de um ponto chave. Se são filmes ingênuos, equivocados, profundos ou transformadores, julgue você, leitor. O fundamental é que houve complexidade e reflexão no processo de execução, a respeito de um tema que exige justamente debate e visão crítica.

Seguem abaixo (no link) os oito filmes. Gostaria muito de saber a opinião dos leitores, que podem comentar no blog.


* Não vou resistir à piada. Segue por último o clássico vídeo de Marcelo Adnet tirando uma onda dos marqueteiros e dos políticos.

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